. Um Ano
. sozinha
. ...
. uma evolução significativ...
. 2ª sessão de terapia da f...
Ora Viva!
Hoje não vou escrever sobre a minha audição.Como já disse anteriormente, vai bem.
Acho que estou a precisar de dizer aquili que me vai na alma........E aqui posso fazê-lo.
tenho andado um pouco tensa,será da idade?
Não sei, mas também não tem nada haver com a minha audição/surdez. À pouco estive a ler umas coisas que a Memorex mandou sobre "A Vida" , e realmente estou de acordo. Preciso de tempo, tempo para mim,para os amigos, para ver o mar,o pôr do sol,namorar,conversar com os meus filhos ect etc ect.
Fui sempre muito preocupada com os outros, queria estar sempre disponível para os outros, muitas vezes prejudicando o tempo que deveria estar em casa com a minha família. Por causa do trabalho da mania das limpezas ,quase que não brinquei com os meus filhos e muitas vezes nem tempo tive para os ouvir.
Agora que já são crescidinhos,por vezes gostam de um miminho, mas eu ás vezes sou áspera e digo-lhes que já são grandes para isso. Mas não são, eu é que não fui habituada a mimos e sou "azeda".
Depois fico com problemas de consciência e revoltada.
Tenho a consciência que trato melhor as outras pessoas / utentes / doentes do que os meus. Não deveria ser assim, ou seja, pelo menos deveria ser igual.
E quando ando aborrecida ou quando não gosto de alguém, não consigo esconder, e até falo "torto".
Sinto que anda aqui um turbilhão de coisas na minha cabeça, e ás vezes penso que tinha mais jeito para viver sozinha.
Nem imaginam o quanto,ás vezes, gostava de chegar a casa e estar sózinha, sem marido nem sogra para aturar ...
Gosto do silêncio,sem falar com ninguem,ou então falar quando me apetecer, sem ter que dar satisfações de nada a ninguem, ter a casa só para mim.
Eu comecei a viver a vida ao contrário, deveria ter vivido a minha vida melhor quando comecei a trabalhar ou quando me casei, Mas não, porque tinha de trabalhar para fazer uma casa, depois vieram os filhos e tudo por aí adiante, mais uma avó que faleceu e que tive que ajudar a minha mãe durante 8 meses, mais um sogro que cuidei durante mais de 1 ano, o meu pai que também ajudei nos vários acidentes que já sofreu, e mais a sogra que embora independente,está na minha casa. E o marido e os filhos,mas estes,tenho obrigação.
Com tudo isto, mais o meu trabalho, que tempo me resta?
Bem gostava de mandar tudo e todos à fava, e se a crise não fosse tão grande, comprava uma casinha só para mim voltada para o mar par poder ver o pôr do sol e ouvir as ondas a rebentar na areia.
Pode ser, que um dia consiga isso, entretanto vou tentar viver bem cada dia que passa sem pensar nestas coisas.
Desculpem este desabafo
Fernanda